segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O Modelo de um adorador

O Modelo de um Adorador



(Ex 14)
O livro de Êxodo no capitulo 14 descreve um momento na história de Israel. O povo tinham acabado de sair do Egito sob a direção de Deus, pelas mãos de Moises; de repente eles se virão perseguidos pelo exército do faraó. Quando eles se deram conta, estavam em um vale cercado em ambos os lados por montanhas íngremes, e à frente havia um mar bloqueando o caminho. Eles ainda não sabiam, mas estavam prestes a vivenciar a noite mais negra e tempestuosa de suas vidas. Eles enfrentariam uma noite cheia de agonia, pânico e desespero que testaria até o extremo os seus limites.

Tenho absoluta convicção que todos vocês conhece essa parte da história de Israel. A maioria dos cristãos e até mesmo as criancinhas já ouviram falar sobre o que aconteceu no mar Vermelho, e como Deus livrou milagrosamente o povo escolhido. Mas você pode se perguntar o que tudo isso tem a ver com o título da mensagem, "Um modelo de um Adorador".

Mas, se você prestou bastante atenção a essa passagem, verá que ela tem tudo a ver com como Deus transforma o Seu povo em adoradores.

A igreja, o povo de Deus, precisa entender de uma vez por todas, que, não são feitos durante avivamentos; não são feitos em dias cheios de sol, dias de vitória e de saúde; adoradores não são feitos quando se vê o inimigo fugindo em debandada.

A verdade é uma só: os adoradores de Deus são feitos durante as noites negras de tempestades. E o modo pelo qual respondemos às nossas tempestades determina exatamente que tipo de adoradores nós somos.

Uma das figuras mais conhecidas da Bíblia Sagrada é Jacó. Hebreus 11.21, lemos: "Pela fé, Jacó, quando estava para morrer, abençoou cada um dos filhos de José e, apoiado sobre a extremidade do seu bordão, adorou".

Ai está um homem que havia atravessado tormenta após tormenta; ele e sua família viveram experiências dramáticas a cada passo. O próprio Jacó enfrentou pessoalmente muitas dores, sofrimentos e agonias em seus anos na terra.

Nos últimos momentos da sua vida vemos dando sua bênção aos netos. E, o que Jacó faz ao rever os acontecimentos de sua vida? Ele é levado a adorar. Nenhuma palavra é proferida por esse homem. Mesmo assim, ao se apoiar sobre seu bordão, maravilhado pela vida que Deus lhe deu, ele "adorou" (11.21).

Jacó adorou a Deus naquele momento porque a sua alma estava em descanso. Ele havia experimentado a fidelidade de Deus acima de qualquer possibilidade de dúvida, durante o curso de toda uma vida. Jacó provavelmente reviu na mente todas as vitórias que Deus lhe havia concedido a cada vez. E agora o patriarca concluía: "Não importava o tipo de guerra que eu estivesse enfrentando - em todas as tormentas Deus se provou fiel a mim. Houve vezes em que achei que não agüentaria por causa do pânico e do desespero; mas o Senhor me conduziu em cada uma das situações. Ele sempre foi fiel. Ó Senhor, Deus-Todo-Poderoso, eu Te adoro!".
Estou ministrando essa mensagem hoje para todo aquele que porventura esteja enfrentando quem sabe os piores momentos de sua vida. Essa mensagem é dirigida às pessoas que descreveria a sua luta de hoje como sendo uma noite negra e cheia de tempestades. Você está em meio a um período de provação tremenda. Na verdade, o seu sofrimento é tamanho, que requer uma intervenção milagrosa de Deus.
Peço ao Senhor que me ajude a lhe mostrar a partir das escrituras, que o Senhor quer que você saia dessa tempestade como um adorador. Ele lhe abriu um caminho em meio a essa noite de escuridão; e tem um plano maravilhoso para com você.

Deus tinha um plano com Israel, por isso permitiu as dificuldades para sair do Egito.

As escrituras nos mostram que o próprio Senhor arquitetou essa noite negra e tempestuosa para o Seu povo. Primeiro, foi Deus que os guiou ao vale junto ao mar: "Disse o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel...vos acampareis junto ao mar" (Ex 14.1-2). Também foi Deus que endureceu o coração do faraó contra Israel: "Endurecerei o coração do Faraó, para que os persiga" (14.4). Por será que Deus faria isso?

Primeiro, o Senhor nos diz: "Serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que eu sou o Senhor" (14.4).

Segundo Deus queria que o povo de Israel entrasse no deserto como adoradores. Deus não queria murmuradores, descontentes, mas verdadeiros louvadores. Ele havia chamado Israel de herança - o povo que personificava o Seu eterno propósito sobre a terra. Por isso, eles deveriam ser exemplos vivos de Sua fidelidade para com um povo em suas maiores provações.

Observe comigo o cenário: Israel estava agora acampado junto ao mar. O povo havia desarmado suas tendas e estava se alegrando na liberdade recém encontrada. Depois de quatrocentos anos de cativeiro, Deus os havia tirado do julgo do Egito. E agora festejavam ruidosamente ao provar o primeiro sabor da liberdade. Eles estavam cheios daquela esperança que a liberdade traz, cantando e gritando: "Acabaram as chibatadas, acabaram as perseguições. Finalmente estamos livres". Eles também estavam entusiasmados pelas promessas que Deus lhes havia dado. Ele lhes havia dito basicamente: "Há um novo dia à sua frente. Tenho uma terra prometida um pouco adiante, esperando que vocês entrem nela".

Contudo, na hora de sua maior paz, o inimigo buscou devorá-los. Exatamente no ápice da liberdade de Israel, na hora da esperança maior, o ataque veio. Os egípcios chegaram bramindo sobre eles como leões, sob o comando do faraó. E era um exército demoníaco claramente resolvido a levá-los de volta à escravidão: "Perseguiram-nos os egípcios, todos os cavalos e carros do Faraó, e os seus cavalarianos, e o seu exército e os alcançaram acampados junto ao mar" (14.9).

A informação chegou súbita e inesperada: "Os egípcios estão chegando! O exército do faraó está vindo com toda a força sobre nós". Isso enviou ondas de choque sobre o acampamento. Os líderes de Israel escalaram as colinas mais próximas, de onde viram grandes nuvens de pó se levantando pela gigantesca marcha. Centenas de cavalos e cavaleiros se aproximavam, seguidas por legiões da infantaria. A terra tremia com o troar de 900 carros de ferro.

Observe o que diz o versículo 10: "Os filhos de Israel levantaram os olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito".

Eu me pergunto: quantos cristãos já experimentaram esse tipo de terror, bem no máximo da sua paz? A minha família e eu certamente já o experimentamos. Lembro-me de um telefonema que recebi no meio de um culto na igreja, quando alguém do outro lado me disse: "A sua mãe acaba de morrer".

Esse foi o tipo de chamado súbito e assustador que Israel recebeu. As escrituras citam a reação das pessoas: "(elas) levantaram os olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito" (14.10). O povo de Deus concentrou a atenção na terrível situação em que estavam. E o grito era: "Não há saída. Estamos encurralados. Vamos morrer".

O que eles fizeram: "Os filhos de Israel clamaram ao Senhor" (14.10). Você pode estar pensando que eles estavam adorando. Não se engane: não era clamor de adoração. O clamor do povo era: "Por que o Senhor permitiu isso, Deus? Depois de todos aqueles anos de escravidão o Senhor nos libertou; mas para quê? Pra morrermos nas mãos do faraó?

Depois de tanta dor e sofrimento, é aqui que vamos acabar?... O Senhor nos encheu de promessas, nos libertou, nos deu grandes promessas. Mas mesmo assim, quando obedecemos a Tua palavra, o Senhor deixa que o inimigo caia sobre nós. Por que faz isso com a gente? Era melhor para nós no tempo do Egito. Se for assim que tudo vai acabar, então não vale a pena Te servir".

Você já se sentiu assim? Foi isso que você disse naquela hora terrível? A amargura cresceu em você? Você chorou, como Israel, "O quê fiz para merecer isso? Eu escolhi Te amar, Deus; fiz o possível para seguir a Tua palavra, e Te servir. Por que está me tratando assim? Só vejo mais dor à frente".

Porem, Deus tem sempre uma maneira; “Ao jeito dEle”
Interessante observar, Moises mandou o povo fazer três coisas em meio ao sofrimento todo: ele disse: "Não temais. Aquietai-vos. Vede o livramento do Senhor".

Moises estava convicto, Deus lhe disse: "Eu vou lutar por vocês. Simplesmente mantenham a paz. Apenas se aquietem e ponham tudo em Minhas mãos. Nesse momento estou realizando uma obra dentro da esfera espiritual; está tudo sob o Meu controle. Então, não entrem em pânico. Confiem em que estou combatendo o diabo. Essa batalha não é de vocês".

Então Deus entra em ação. O Senhor moveu a nuvem sobrenatural que havia dado a Israel para guiá-los. A nuvem de repente se deslocou da frente do acampamento para a retaguarda - e avultou como uma muralha negra como breu diante dos egípcios. O inimigo de Israel não conseguia enxergar um palmo adiante de si: "A nuvem era escuridade para aqueles" (Êx 14.20).

Prezado irmão, se você é um filho de Deus, comprado pelo sangue de Jesus, Ele colocou um anjo guerreiro entre você e o diabo. E Ele lhe comanda dizendo, como a Israel: "Não fique com medo. Tenha calma. Creia na Minha salvação".

Satanás pode ir contra você respirando todo tipo de malignidade - mas em nenhum momento, durante a sua noite negra e turbulenta, o inimigo será capaz de uma única vez sequer, lhe destruir.

Quem sabe você anda ouvindo vozes ameaçadoras. O inimigo de sua alma anda golpeando seu ouvido dia e noite com todo o tipo de mentiras e ameaças. Mas não importava o volume de som com o qual o teu inimigo te ameaça. Existe um anjo do Senhor acampado junto a você, pronto para protegê-lo. (Sl 91) (ler).

Por Que será que Deus permitiu que Israel enfrentasse tudo aquilo, quando bastava apenas uma ordem dEle?
Imagino que durante aquela longa noite no Egito, caiu um temporal. As escrituras dizem: "Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o Senhor, por um forte vento oriental que soprou toda aquela noite..." (Êx 14.21).

Há poucos dias observamos pela televisão o que aconteceu no sul e na costa oeste dos Estados Unidos, cidades inteiras foram arrasadas. Imagino que o vento que soprou naquela fatídica noite no Egito foi muito pior. O vendaval que Deus produziu foi tão poderoso, que começou a separar as ondas do mar: "Um forte vento oriental...fez retirar o mar, que se tornou terra seca, e as águas foram divididas" (14.21).

O vento terrível certamente piorou o medo deles, (quem não fica com medo) que já ouviam o inimigo chamando do outro lado da muralha negra: "Vocês já estão mortos. Se sobreviverem ao temporal, não sobreviverão a nós. Acabou. Vocês e seus filhos não sairão dessa".

Quero que você aguce a sua curiosidade. O será que Deus tinha em mente com tudo aquilo? Por que permitiria um vendaval tão terrível a noite toda? Por que Ele simplesmente não mandou Moisés tocar as águas com a manta, e separar as ondas de modo sobrenatural, como aconteceria mais tarde com Elias e Eliseu? Qual seria a possível razão de Deus permitir que uma noite terrível destas ocorresse?

Há razão é única: o Senhor estava fabricando adoradores. Deus estava agindo o tempo todo, usando a terrível tempestade para formar um caminho visando tirar o Seu povo da crise. Porém, os israelitas não conseguiam enxergar isso. Muitos se escondiam nas tendas, tremendo de medo e certamente bravos com Deus. Mas aqueles que ousaram sair das suas tendas testemunharam um feito glorioso, as ondas formando uma grande muralha de ambos os lados, devem ter gritado, "Vejam, Deus usou o vento para abrir caminho para nós. Louvado seja o Senhor!".

Quem sabe você esta se escondendo em meio a uma noite escura e turbulenta, questionando Deus. Mas Ele nos chama para fora para que vejamos que Ele está abrindo um caminho diante de nós. Na verdade, a própria tempestade que está nos amedrontando é o caminho de Deus para formar um trajeto seguro de libertação. E Ele usará este caminho para nos tirar da tempestade. Mas para vermos isso, temos de sair do sentimento de medo, decepção, e nos tornar adoradores.

No meio da terra seca, em pleno mar vermelho, o povo adorou ao Senhor.

Quando acordaram pela manhã um após o outro, eles virão à maravilha que a tempestade havia produzido: águas poderosas se acumulando alto de cada lado.s E diante deles havia um caminho de terra seca, atravessando reto o mar Vermelho. Agora o Senhor ordena que marchem por essa rota seca, bem em meio ao mar.

Você pode pensar: "Não precisava de muita fé para Israel obedecer. Afinal de contas, eles estavam em terra seca". A pergunta agora era: as paredes de água vão agüentar? O povo provavelmente ficou pensando: "Senhor, Tu respondeste nossas preces até esse ponto; nos guiastes com segurança até agora. Mas ainda há perigo à frente. O Senhor vai nos guardar?".

Agora aqui estava o maior teste de todos. À frente deles estava o trajeto que os levaria à segurança. Nesse momento crucial, Deus queria que o povo olhasse àquelas paredes e cresse que Ele iria segurar as águas até que chegassem salvos ao outro lado.

Não haveria um instante em que Deus deixaria aquelas muralhas de água caírem. E Ele queria a confiança das pessoas agora, deste lado do mar. Desse jeito, quando chegassem salvos no outro lado, seria no Seu repouso. Ele queria adoradores de verdade, pessoas que O pudessem louvar o tempo todo, em qualquer situação.

Veja, um verdadeiro adorador não é alguém que dança depois da vitória; não é a pessoa que canta os louvores de Deus após o inimigo ter sido vencido. Isso foi o que os israelitas fizeram; assim que chegaram ao outro lado, cantaram e dançaram, louvaram a Deus e exaltaram Sua grandeza. Contudo, três dias depois, esse mesmo povo murmurava amargamente contra o Senhor, em Mara. Não eram adoradores - mas vazios fazedores de barulho.

Mostram que não haviam descoberto a natureza amorosa do Pai nas horas de dificuldade; não haviam tido alcance do amor do Pai Todo-Poderoso em meio à tempestade.
O verdadeiro adorador é aquele que aprendeu a confiar em Deus na tempestade. A adoração dessa pessoa não está apenas em suas palavras, mas em seu modo de vida. A sua alma está em repouso em todo tempo, pois sua confiança na fidelidade de Deus é inabalável; ela não está com medo do futuro, porque não tem mais medo de morrer.

É uma confiança que diz, como Paulo: "Vivendo ou morrendo, sou do Senhor". É isso que faz um verdadeiro adorador.

A economia pode desmoronar. Você pode ainda estar enfrentando uma noite tempestuosa e negra. Mas Deus tem se provado fiel a você. Não importa o quê aconteça, descanse em Seu amor por você”.

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